Alvo de ameaças e ataques nos últimos dias, o Sindicato dos Bancários de Assis, através de sua diretoria, procurou a Polícia Civil para registrar a ocorrência, exigindo uma rigorosa investigação e apuração dos fatos, com punição aos autores dos crimes. O delegado Marcelo Armstrong Nunes registrou o caso como ‘dano’ e o inquérito foi instaurado na Central de Polícia Judiciária.
Todos os ataques e ameaças, gravados em imagens do sistema de monitoramento, já estão em poder dos policiais.
Na quinta-feira, dia 19 de abril, pouco depois das 9 horas da manhã.
Um rapaz, usando uma roupa camuflada, semelhante a do Exército, passa em frente ao Sindicato dos Bancários e decide parar.
Ficou olhando, por alguns segundos, um cartaz afixado na parede.
Olhou para os lados, aparentando estar observando se estaria sendo monitorado por câmeras e sacou um aparelho celular do bolso para fazer um registro fotográfico do cartaz, que convidava a população a participar de um ato na cidade de Curitiba, no Paraná.
Do interior do prédio, dois dirigentes sindicais observavam a cena pelo sistema de monitoramento. Um dos diretores, Douglas Soares, decide abrir a janela e perguntar: “algum problema, jovem?”
– “Vocês irão pagar por isso”, respondeu o rapaz, em tom ameaçador.
Logo depois, ele sai caminhando em direção ao Fórum.
Atravessou a rua doutor Clybas Pinto Ferraz, parou em frente ao prédio da Justiça federal e, em posição militar, fez um gesto como se estivesse batendo continência à bandeira nacional.
Na sexta-feira, dia 20, por volta das 18h30, quando a entidade sindical já estava fechada, dois jovens, aparentando ser adolescentes, passam em frente ao prédio.
Eles olham para os lados e confirmam não estarem sendo observados.
Arrancam o cartaz fixado na parede e o rasgam, em vários pedaços. Foge, tranquilamente, conversando animadamente.
O pior estava por vir.
No sábado, feriado de 21 de abril, por volta das 2h30, dois jovens -que não aparentam ter as mesmas características físicas dos que rasgaram o cartaz na tarde do dia anterior, passam pela calçada e param em frente ao prédio do sindicato.
Um deles começa atirar vários ovos em direção à parede.
Foram pelo menos cinco ovos arremessados, pelo que se percebeu no dia seguinte, quando um entregador de jornais passou no local, viu a cena e entrou em contato com um diretor do Sindicato.
Após atirarem os ovos, um dos rapazes, com blusa escura e capuz -possivelmente para esconder o rosto- abre uma mochila e retira alguns pedaços de pedras e tijolos e arremessa em direção às janelas do prédio, amassando e danificando a estrutura metálica.
Após o ataque, os dois se cumprimentam e saem, caminhando, em direção ao Gema.
Com imagens gravadas e fotografias tiradas da janela danificada e da sujeira espalhada pela parede e calçada do prédio, os dirigentes do Sindicato dos Bancários procuraram a Central de Polícia Judiciária para registrar a ocorrência na segunda-feira, dia 23.
Eles suspeitam que as três ações, incluindo a ameaça sofrida na manhã de quinta-feira, têm relação.
“Caberá à polícia apurar quem foram os autores desses ataques, descobrir as causas e punir os responsáveis”, disse o presidente do Sindicato dos Bancários, Hélio Paiva Matos, que lamentou o episódio e confirmou que, jamais, a entidade foi alvo desse tipo de ameaça e ataques.
A Confederação dos Bancários e a Central Única dos Trabalhadores foram comunicadas sobre o episódio registrado em Assis.
Câmeras registram o momento dos ataques ao sindicato