Valmir Dionízio afirma: “não tenho nenhum interesse” em participar de Comissão Processante contra Pavão

No final da tarde desta terça-feira, dia 12 de fevereiro, o vereador Valmir Dionízio, escolhido presidente da Comissão Processante que visa apurar denúncia apresentada pelo advogado Ernesto Nóbile contra o vereador Nilson Pavão, do MDB, encaminhou um texto ao JSOLJornal da Segunda On Line – explicando porque aceitou participar do sorteio para ser membro e presidir os trabalhos.

Em entrevista ao programa ‘Acorda Assis’, na Rádio Interativa FM, o advogado de Nilson Pavão, Rafael Lima, sustentou que Dionízio não poderia participar do sorteio e, muito menos, presidir os trabalhos por ser ‘suspeito’, uma vez que teria sido ameaçado por Pavão e ainda por ter ‘interesse direto’ em sua punição. Além disso, Lima revelou que o vereador teria sido cliente do advogado Ernesto Nóbile. Rafael Lima chegou a ironizar dizendo que o fato de Valmir Dionízio ter sido escolhido para presidir a Comissão Processante é como “colocar uma raposa para tomar conta do galinheiro”.

Em sua resposta, Valmir Dionízio garante não ter nenhum interesse em ser membro da Comissão Processante. Para ele, sua participação na Comissão resultará num “tremendo desgaste político” e justifica: “Se eu optar pela cassação do Pavão, serei criticado por parte dos eleitores e se eu votar a favor dele, serei criticado por outra parte dos eleitores. Entendo que será um tremendo desgaste político para mim”, explicou.

Na sessão de segunda-feira, dia 11, Valmir Dionízio foi sorteado, junto com os vereadores Carlão Binato e Professora Dedé, para compor a Comissão Processante. Minutos depois, o trio escolheu Dionízio para presidir os trabalhos.

Sobre a suspeição alegada por Lima, o vereador explica que a sua participação no sorteio e escolha da presidência foi discutida na reunião e “os advogados (da Câmara) não viram nenhum motivo para suspeição”.

No texto encaminhado ao JSOL, o vereador também se defende da acusação feita pelo advogado Rafael Lima de ter interesse no resultado da comissão por ser cliente do autor da denúncia, Ernesto Nóbile. “Ele não é seu advogado”. Segundo Dionízio, em 2.012, antes dele ter sido eleito vereador, Nóbile foi contratado pela família para atuar numa ação em que um de seus filhos se envolveu num acidente de trânsito.

Acompanhe, na íntegra, o texto encaminhado ao jornalista Reinaldo Nunes pelo vereador Valmir Dionízio:

“Durante a sessão ordinária do dia 11, segunda feira próxima passada, com a deliberação do pedido de Comissão Processante em desfavor do vereador Nilson Antonio da Silva, pedida pelo Senhor Ernesto Nóbile, conforme Regimento Interno, e com aval dos procuradores jurídicos, meu nome foi incluído no sorteio, com os demais vereadores.

Foram sorteados três vereadores, Eu, Professora Dedé e Carlos Binato, e após breve reunião, onde os dois não queriam a Presidência por motivos particulares, acabei por aceitar o encargo, ficando a professora Dedé com a RELATORIA e o BINATO com membro.

Foi aventado essa situação onde o vereador Pavão foi fiscalizado por policiais militares, e durante a abordagem, teve um surto, e ao subir no carro, fez ameaças de morte contra mim e ao Ernesto. E os Advogados não viram nenhum motivo para suspeição e impedimento deste vereador participar do sorteio.

Outro fato, mencionado pelo Advogado do Vereador, referente ao vínculo com o Advogado Ernesto Nóbile, afirmo que ele NÃO É meu advogado. Em 2012, antes mesmo do meu primeiro mandato, meu filho foi VÍTIMA em um acidente de trânsito, uma colisão traseira, sendo que a motocicleta que meu filho conduzia estava licenciada em meu nome. E o Dr. Ernesto foi naquele caso advogado da família.

Contudo, não tenho nenhum interesse em ser membro da Comissão Processante, uma vez que se eu optar pela cassação do Pavão serei criticado por parte dos eleitores, e se eu votar a favor dele serei criticado por outra parte dos eleitores. Entendo que será um tremendo desgaste político para mim.

Reinaldo, afirmo ainda que, como fui eleito e jurei respeitar a Constituição e a Lei Orgânica do nosso município, respeitarei as regras do Regimento Interno e a decisão da Mesa Diretora, bem como a da maioria dos vereadores.

Nada tenho contra o Nilson Antonio da Silva (Pavão), muito pelo contrário, eu o conheço desde antes de sermos vereadores, desde a época que eu era policial rodoviário e ele – Pavão – morava em uma “cabana” de papelão nas margens da Rodovia Raposo Tavares próximo a Base Operacional da Policia Rodoviária e sempre ia tomar café e almoçar comigo e demais policiais.

Em 2017 fui presidente da Câmara, e dei todo apoio ao Nilson. Em 2018 inclusive, junto com o Vereador Reinaldo da Cremos, o levamos para tratamento no CAPS. E ofereci, inclusive, opção ao Pavão para tratamento na Comunidade Restauração… e também para frequentar o Amor exigente, ele NÃO QUIS.

Estou a disposição para maiores esclarecimentos e faço votos que o Sr Nilson Antonio da Silva (Pavão) se restabeleça e fique bem de saúde, e consiga a sobriedade necessária para bem conduzir a sua vida”.

Assina o vereador Valmir Dionízio, vereador  da Câmara Municipal de Assis. 

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Valmir Dionísio: “não tenho nenhum interesse em participar da Comissão Processante”

Foto: Assessoria C.M.A.

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