Secretária nega fechamento da UPA no sábado, como foi anunciado pela FEMA

Neste final de semana Assis enfrentou um verdadeiro ‘colapso hospitalar’, provocado pela falta de vagas para atendimento aos pacientes com COVID-19.

Para piorar a situação, na noite de sábado, dia 15 de maio, um comunicado interno, transmitido por uma gestora da FEMA -que administra a UPA- , informando que unidade de atendimento estava “temporariamente” com as portas fechadas” (veja abaixo) causou uma grande confusão e muitas críticas à Administração Municipal.

Coube à secretária da Saúde, Cristiane Bussinati, ir, pessoalmente, à unidade e, depois, realizar uma reunião de emergência com a direção da FEMA, para resolver o impasse e contornar a situação.

Na mesma noite de sábado, foi compartilhada, nas redes sociais, a postagem da gestora da UPA, na plataforma whatsapp que teria sido endereçada ao SAMU, anunciando que a unidade estava “temporariamente com as portas fechadas para atendimento de casos de urgência e emergência a partir de agora”. Foi a gota d’água para uma verdadeira enxurrada de questionamento e protestos da população.

Segundo a mesma mensagem, endereçada ao SAMU, “um comunicado oficial seria compartilhado em instantes”, o que acabou não ocorrendo.

Na madrugada e domingo, a reportagem do JSOL – Jornal da Segunda On Line – recebeu uma denúncia: “Estive hoje à noite na UPA e a mesma estava com as portas fechadas, sem atendimento. Escutando outras pessoas que estavam por ali, disseram que a coordenadora informou que a UPA está fechada”, contou uma usuária.

Na sequência, ela escreveu: “Umas pessoas ameaçaram fazer um boletim de ocorrência e, nesse momento, chamaram a secretária da saúde para ir resolver a situação”, contou a denunciante, que pediu para não ter sua identidade revelada.

Nas primeiras horas da manhã de domingo, dia 16, o JSOL esteve na UPA e a unidade estava funcionando normalmente, com apenas duas pessoas no saguão aguardando por atendimento médico.

No domingo, segundo o JS apurou, a secretária municipal da Saúde, Cristiane Bussinati, também se reuniu com o diretor da FEMA, professor Eduardo Vella, para uma ‘dura reunião’ sobre o episódio da noite anterior. O diretor teria admitido desconhecer o teor do comunicado emitido pela gestora da UPA.

VERSÃO – Na manhã desta segunda-feira, dia 17 de maio, no programa ‘Show de Notícias’, na rádio Difusora, entrevistada pelo jornalista Gerônimo Paes, a secretária municipal da Saúde, Cristiani Bussinati, tentou minimizar as críticas à Administração, esclarecendo o que chamou de “interpretação equivocada” de um comunicado interno e garantiu que a UPA “jamais fechou a porta ou deixou de prestar atendimento”, como informou a gestora na mensagem.

Disse ela: “Na sexta-feira, dia 14, já começou a aumentar o fluxo de pessoas necessitando de internação e nossas referências para casos de COVI estavam com 100% de taxa de ocupação. Na noite de sábado, incessantemente, tentamos conseguir transferência dos pacientes que aguardavam na UPA. Importante detectar todo esforço de nossa equipe de gestão da Secretaria Municipal da Saúde para que os pacientes fossem transferidos. Nós tivemos uma parceria imprescindível com a Santa Casa de Assis que, emergencialmente, ampliou leitos clínicos para que os pacientes da UPA fossem transferidos”, relatou.

Sobre os comentários de fechamento da UPA na noite de sábado, Cristiani explicou: “Primeiro, quero dizer que isso não é verdade. A UPA, em nenhum momento, negou atendimento a ninguém”, garantiu.

Segundo ela, “a Secretaria não foi informada desse fechamento da UPA. O que pode ter acontecido foi uma comunicação interna entre uma funcionária da UPA e a equipe do SAMU -Serviço de Atendimento Móvel de Urgência- no sentido de passar para eles a situação do serviço naquele momento, de estar com a capacidade super lotada”, justificou.

Cristiani, que esteve pessoalmente na UPA na noite de sábado, contou ter informado o Ministério Público sobre a situação de colapso hospitalar em função de a situação voltar a se agravar e reafirmou a necessidade de “uma reflexão de todos sobre a necessidade de se manter as medidas de proteção ao novo coronavírus e não se expor”, apelou.

A secretária da Saúde disse: “O todo tempo todo, a gente ficou trabalhando para que os atendimentos continuassem” e lembrou que “a UPA é porta de entrada para toda urgência e emergência. Nós somos referência para outros municípios e estamos tendo um papel preponderante nesse momento de pandemia, enquanto os hospitais estão super lotados. A UPA tem atendido esses pacientes e feito esse papel de assistência hospitalar, salvando vidas. Por isso, queremos ressaltar a importância da equipe de saúde, da equipe de enfermagem e dos médicos plantonistas, que estão atuando numa situação muito delicada”, admitiu.

Cristiani contou que, na noite de domingo, em nova parceria com a Santa Casa, foram, abertos, emergencialmente, novos leitos clínicos e agradeceu a intermediação da Divisão Regional de Saúde na busca por leitos em outras regiões, já que capacidade de leitos em Assis, Ourinhos e Marília está completamente esgotada”, repetiu.

REGIÃO – Sem capacidade de acolhimento na UPA de Assis no final de semana, que viveu um colapso pelo grande número de pacientes, alguns municípios da região têm recorrido aos vizinhos mais próximos. Foi o caso de Maracaí, que prestou apoio a Pedrinhas Paulista (veja agradecimento abaixo).

17 maio mensagem UPA

Mensagem de gestora anunciando fechamento temporário da UPA

17 maio maracaí

Maracaí socorreu pacientes de Pedrinhas

 

 

 

 

 

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