Em protesto realizado em frente ao prédio onde funciona a Diretoria Regional de Ensino de Assis, nesta segunda-feira, dia 22 de fevereiro, um grupo de professores pediu o fechamento das escolas para evitar a realização de aulas presenciais e os riscos de transmissão do novo coronavírus.
Ligados ao Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo -APEOESP-, os educadores também fizeram um manifesto de pesar e indignação pela morte da professora Maria Tereza Miguel Couto, de 32 anos, registrada domingo, dia 21, em decorrência da Covid-19.
De acordo com uma dos manifestantes, “a Diretoria de Ensino de Assis tem seguido à risca as orientações do Secretário de Educação, Rossieli Soares, que exige a reabertura das escolas em situação adversa. A volta forçada às aulas presenciais constitui uma medida arbitrária, irresponsável e criminosa. Quantos de nós precisaremos morrer para que as escolas sejam fechadas?”, questionou uma manifestante.
Nesta semana, a APEOESP comunicou, por meio das redes sociais, o falecimento de outros três professores da rede de estadual por COVID-19: Antonio Carlos Zanetti (Pirassununga), Antônio César Pereira (Carapicuíba) e Deolinda Scotti (bragança Paulista).
Os participantes do protesto chamaram à atenção para o fato de que várias cidades da região de Marília, na qual Assis se insere, estarem com taxa de ocupação de 100% dos leitos de UTI destinados às vítimas da COVID-19.
“Estamos assistindo ao colapso do sistema de saúde na cidade de Araraquara, contaminada pela nova cepa do Covid-19, que tem levado a óbito pessoas de fora do grupo de risco. Não temos nenhum sistema de monitoramento eficiente e não temos testagem; estamos arriscando nossas vidas, as vidas dos alunos e de toda a comunidade”, denunciam.
Outras três escolas da região, além da Escola Clybas Pinto Ferraz, em Assis, suspenderam as atividades presenciais com o risco de contágio de COVID-19, segundo os manifestantes.
Os docentes alertam que as normas de segurança, em casos como esses, estão sendo quase que totalmente descumpridas e muitos professores estão sendo obrigados, por diretores de outras escolas, a comparecer presencialmente, desrespeitando, inclusive, as recomendações do Manual ‘Casos e surtos de Covid-19 em Instituições escolares’.
O protesto, em frente a Diretora de Ensino, foi finalizado com a reivindicação: “Exigimos o fechamento imediato das escolas e a garantia do direito ao ensino remoto, enquanto não houver imunização, enquanto não houver segurança sanitária para voltarmos às atividades presenciais”, apelam.
Protesto dos professores