Faltando pouco mais de 24 horas para entrar em votação o projeto de resolução de autoria da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Assis que pretende criar 15 cargos comissionados de assessores aos parlamentares, a professora de Ética no Curso de Direito da FEMA e vereadora Elizete Melo, a ‘Professora Dedé’, se manifestou a respeito do assunto em sua página da rede social facebook.
Para uns, deu a entender que a vereadora concorda com a necessidade da criação dos cargos, embora ela tenha finalizado o seu texto com as seguintes palavras: “é preciso ouvir e refletir com responsabilidade”.
O presidente da Câmara Municipal, Eduardo de Camargo Neto, principal defensor do projeto, elogiou o comentário feito pela colega: “Parabéns Dedé”.
Teve quem não gostou, como a leitora Ana Cristina Vollet, que postou sua opinião: “Cara Dedé… Votei em você e respeito seu trabalho. No entanto, penso que se tal assessor fosse realmente “necessário”, cada vereador deveria “bancar” o seu. A população está cansada de tanta exploração…”, se manifestou.
Se confirmar a posição favorável da professora Dedé, o placar parcial dos vereadores que já se manifestaram sobre o assunto aponta seis votos contrários e três favoráveis.
Cinco vereadores ainda não se posicionaram publicamente.
Em caso de empate, o presidente Eduardo de Camargo já garantiu que vota favorável e o Projeto de Resolução será aprovado.
Pela proposta, cada vereador teria direito a um salário com salário de aproximadamente R$ 3,4 mil.
Leia a manifestação da professora de Ética e vereadora Dedé:
“Cidadãos e cidadãs
Não poderia deixar de me manifestar diante da repercussão relativa ao projeto de lei que cria a figura do assessor parlamentar no legislativo municipal. Tenho pautado minha atuação como vereadora com base nos mesmos princípios que norteiam toda minha vida profissional como educadora e gestora de uma instituição de ensino.
Ciente da grande responsabilidade que reveste o papel da docência e da vereança, são os princípios éticos e morais, que promovem o bem estar comum e a justiça social, que tem orientado minha atuação como cidadã e como agente público.
Apesar do grande desalento trazido a toda sociedade brasileira pelo atual cenário político nacional, posturas agressivas, desrespeitosas, intolerantes e reacionárias não contribuem para o debate racional e proativo e só acentuam a raiva, o discurso do ódio, a violência contra o outro e o autoritarismo. Mesmo vivendo em realidades diferentes com suas peculiaridades é inevitável que o ambiente nacional se reflita no ambiente local.
Reconhecer a legitimidade da preocupação da sociedade com a atuação política é desejável e imprescindível. Também é desejável que isto promova uma mobilização responsável e consequente para a promoção do melhor entendimento do interesse público. Na minha ótica a figura do assessor parlamentar pode contribuir para aproximar e tornar mais efetiva a atuação do legislativo mas não é decisiva no que se refere ao compromisso e seriedade da atuação dos parlamentares.
Nesse sentido a vigilante participação da comunidade deve permanecer atenta à conduta compatível com os anseios locais e princípios éticos.
É legítimo se colocar contra a política clientelista, populista, dos aspones e dos cabides de emprego, dos mensalões, que tem prevalecido no atual quadro político brasileiro.
A tudo isto digo não!
Assim como todos e todas desejo contribuir para o surgimento de uma nova forma de fazer política.
Por todo o exposto é preciso ouvir e refletir com responsabilidade.”
Vereadora Professora Dedé, do PV