Após uma pequena reforma no antigo CEU -Centro de Esportes Unificados-, construído com recursos do Governo Federal, a Prefeitura Municipal de Assis trocou o nome do prédio público para ‘Estação Cidadania’, mas cometeu um erro crasso no nome da homenageada, definido por lei aprovada na Câmara Municipal de Assis.
No lugar da nome da homenageada, Helenira Resende de Souza Nazareth, foi grosseiramente escrito Helenira Rezende de Souza ‘Margareth’.
Sobre alterar a denominação de ‘CEU’ para Estação Cidadania, o Departamento de Comunicação da Prefeitura de Assis justificou ser “decorrente da Portaria 876, de 15 de maio de 2019, e que Ministério da Cidadania mudou o nome, numa ação do ministro Osmar Terra”, informou.
Sobre o erro no sobrenome da homenageada, a Prefeitura de Assis garantiu que “a correção será solicitada amanhã (sexta-feira), para que seja feita imediatamente”, prometeu.
A nova placa instalada não faz referência ao espaço ter sido construído com recursos do Governo Federal e entregue na administração do ex-prefeito Ricardo Pinheiro Santana, mas a placa fixada durante a inauguração permanece numa área interna.
QUEM FOI – Nos arquivos do Fórum Assisense, mantido pelo jornalista Egydio Coelho da Silva, na data de 21 de junho de 2.006, numa postagem do jornalista Júlio Cezar Garcia, é possível ter saber um pouco da história de vida da homenageada Helenira Nazareth.
Escreveu ele: “Helenira Rezende Nazareth, uma aluna brilhante do Instituto de Educação Clybas Pinto Ferraz, jogadora de basquete no time do Mirinho e da Coraly, e que, mais tarde, em 1968, ao entrar para a Universidade de São Paulo, na capital, participaria da guerra” entre os alunos do Mackenzie (que defendiam a ditadura militar) e os da Filosofia (que repudiavam o golpe de 31 de março de 1964), na rua Maria Antônia, em São Paulo.
Ela deve ter participado também do Congresso da UNE em Ibiúna, realizado clandestinamente, já que a entidade tinha sido declarada ilegal pela ditadura. O congresso foi descoberto e os milicos invadiram o local e prenderam muitos estudantes. Não sei se ela foi presa.
Muitos anos depois, eu conheci um professor de cursinho pré-vestibular em São Paulo, chamado José Genoíno Neto, que me disse ter sido companheiro de Helenira na Guerrilha do Araguaia. Eu conhecia a história da Guerrilha porque havia lido vários documentos clandestinos que eram encaminhados, anonimamente, às redações dos jornais e revistas em São Paulo, informando sobre as operações guerrilheiras e as ações do Exército nas matas do sul do Pará.
Só então, graças ao Zé Genoíno, fiquei sabendo que uma assisense, a Helenira, havia sido morta pelo Exército, como guerrilheira, em 1972. Contei na reportagem de VT (Voz da Terra), com emoção adolescente, a história de Helenira e, sobretudo, de seu pai, o médico humanista Adalberto de Assis Nazareth, que compunha o ‘Consulado Baiano’ na avenida Rui Barbosa, e que se reunia na “Pharmácia” do saudoso cronista Jairo Motta e no consultório do médico dr. Gerson de Almeida, todos eles intelectuais admiráveis naquele deserto de idéias que era a Assis do sertão,” descreveu o jornalista Júlio Garcia, que hoje atua em São José do Rio Preto.
Placa com erro no nome da homenageada será corrigida