Motorista que matou idosa na faixa de pedestre alega ter passado no sinal verde e pedido socorro ao SAMU

Foi identificado na Polícia Civil, com apoio de informações colhidas pela Polícia Militar, quem atropelou e matou a senhora Araci Correia Cirino, de 71 anos de idade, no cruzamento da avenida Dom Antônio com a rua Piratininga na noite de sábado, dia 26 de agosto.

“É um rapaz de 25 anos de idade, que mora na vila Santa Rita e que trabalha numa lanchonete”, disse o delegado Luis Antônio Ramão, que preferiu não revelar mais detalhes sobre a identidade do causador do acidente fatal.

O motorista do Ford, modelo Focus, branco, placas de Bauru, decidiu se apresentar na Central de Polícia Judiciária na manhã desta terça-feira, dia 29, mas já tinha sido identificado pelos policiais. “Ele não foi conduzido à delegacia pelos policiais por não ter sido localizado em sua casa e no local de trabalho”, explicou o delegado.

Nas declarações prestadas na manhã desta terça-feira, o motorista disse que voltava de um lava-rápido localizado nas imediações da ADPM em direção à sua casa quando, no cruzamento da avenida Dom Antônio com a rua Piratininga, a mulher, “surgiu de forma inesperada” e cruzou sua frente. “Eu não tive tempo para frear e evitar o acidente”, garantiu.

“O motorista revelou que o farol do semáforo estava verde e que não dirigia em alta velocidade”, mas as imagens capturadas por uma câmera de monitoramento de um estabelecimento comercial nas proximidades e o exame pericial poderão comprovar ou não essa versão”, explicou o delegado.

Indagado se tinha consumido bebida alcoólica antes do acidente, o motorista falou que faz um tratamento para combater o diabetes e que não ingere bebida alcoólica há cerca de um ano.

Sobre a omissão de socorro por não ter parado o veículo para atender a vítima atropelada por ele, o motorista garantiu ao delegado ter telefonado ao SAMU com seu aparelho celular e que não parou em razão de o seu veículo estar com o licenciamento vencido e temia que seu carro fosse apreendido pela polícia. Ou seja: preferiu fugir para que seu veículo não fosse apreendido do que parar e atender uma idosa que ele atropelou.

O motorista revelou ao delegado ter ido ao Hospital Regional, momentos após o acidente, acompanhado de um primo para saber as condições de saúde da vítima atropelada, mas disse ter sido informado que “a mulher passava bem”.

No dia seguinte, quando soube da morte da mulher que havia atropelado na avenida Dom Antônio ele disse “ter entrado em estado de choque”, contou ao delegado.

Por não ter sido preso em flagrante e ter se apresentado à polícia, o motorista não ficou detido e poderá responder ao crime em liberdade, mas o delegado não descarta pedir sua prisão temporária caso ele tente fraudar provas ou obstruir o trabalho das investigações ou mesmo tente fugir para não responder pelo crime praticado. “Se os requisitos previstos na lei forem preenchidos para pedir a prisão temporária, isso pode acontecer a qualquer momento”, explicou Ramão.

Apesar de procurado pela imprensa, o motorista e seu advogado preferiram não se manifestar.

Ramão explicou que inquérito será remetido a outro delegado na Central de Polícia Judiciária, e, após o resultado dos laudos periciais e da coleta de depoimentos e provas, será definido por quais crimes o motorista responderá: “Se for confirmado que ele sabia do risco que poderia causar ao passar pelo semáforo no sinal vermelho, responderá por homicídio doloso e pode ir a júri popular”, disse o delegado assistente da CPJ.

APREENDIDO – O veículo Ford Focus, branco, placas de Bauru, que atropelou e matou a senhora Araci Correia Cirino, de 71 anos, foi apreendido pela Polícia Civil por estar com a documentação irregular. O carro, com danos na lataria do lado esquerdo da parte da frente e farol esquerdo, foi submetido a exame pericial.

delegado ramão

O motorista foi ouvido pelo delegado Luis Antônio Ramão

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