O JSOL –Jornal da Segunda On Line-, em sua coluna ‘Memória Mariana’, que resgata a história de ex-jogadores do VOCEM, foi saber onde anda e o que está fazendo o centroavante Nilson Presley, que defendeu o Esquadrão da Fé nas temporadas 1988/89.
ANTES – Nilson Presley nasceu no dia 3 de novembro de 1965, na cidade de Pontalina-GO. Aos três anos de idade, se mudou com a família para Goiânia e aos 16 anos foi inscrito para disputar o Campeonato da Segunda Divisão de Goiás pelo ‘Monte Cristo’, time da capital, tendo sido campeão goiano em 1984 e conquistado o acesso à Primeira Divisão. Era o primeiro dos vários acessos que alcançaria na carreira.
Suas boas atuações e os gols com a camisa do Monte Cristo garantiram ao atacante Nilson algumas convocações para integrar a Seleção Goiana nos anos de 1984 e 1985.
No ano de 1986, Nilson Presley atuou no futebol do Distrito Federal, tendo sido contratado pelo Sobradinho para disputar o Campeonato Brasileiro. “O treinador do Sobradinho assistiu um jogo nosso em Goiânia, contra o Anapolina, e me contratou, junto com o lateral Gerônimo“, conta o atacante.
Nilson ficou no Sobradinho por duas temporadas, tendo dividido a artilharia do Campeonato Estadual em 1987, no primeiro semestre.
Em agosto do mesmo ano, o centroavante se transferiu para o futebol paulista, para atuar no Grêmio Novorizontino, mas teve uma curta e apagada passagem até no final da temporada. “As coisas não andaram bem em Novo Horizonte, com troca de diretoria e muitas mudanças no elenco“, relembra.
NO VOCEM – Nilson Presley chegou ao VOCEM em janeiro de 1988, quando o elenco do time presidido por Carlos Pinheiro ainda estava sendo formado. “Quem me indicou para ser contratado em Assis foi o saudoso técnico Milton Buzeto, que era amigo de um treinador que trabalhou comigo em Goiânia, mas a negociação foi concretizada pelo diretor Mauro ‘Maziari’ (Mauro dos Santos)“, narrou.
“Nosso time do VOCEM em 1988 era muito forte“, se recorda.
No segundo semestre, após defender o ‘Esquadrão da Fé, Nilson Presley foi contratado pelo Douradense, do Mato Grosso do Sul, para disputar o Campeonato Brasileiro, mas acabou sofrendo uma lesão no joelho, tendo que interromper temporariamente a carreira.
Lesionado, o atacante voltou para Assis, onde passou por cirurgia na Santa Casa de Misericórdia: “Acho que foi a primeira artroscopia realizada em Assis, conseguida com ajuda do jogador Biro-Biro, que jogava no VOCEM e trabalhava na área da saúde“, revela.
O atacante não se lembra de sua estreia no VOCEM, mas conta alguns fatos que jamais esqueceu. “Antes do jogo, os jogadores tinham que ir à igreja e nunca vou me esquecer de presenciar o padre Aloísio Bellini benzendo a camisa do clube. Achei muito legal isso“, conta o jogador.
Nilson revela que, mesmo estando com 23 anos de idade, foi o padre Aloísio quem lhe passou os ensinamentos religiosos e com quem fez ‘a primeira comunhão’.
Dentro de campo, com a camisa do ‘Esquadrão da Fé’, o atacante entende que o gol mais importante marcado foi no estádio Lancha Filho, em Franca, contra a Francana.
“A gente precisava ganhar aquela partida para fugir da zona de risco do rebaixamento e ainda ter chances de brigar pela classificação“, se recorda. “Vencemos por 1 a 0, com um gol meu“, completa, orgulhoso.
Além deste gol marcado, Nilson Presley se recorda de um outro fato marcante em sua passagem por Assis, que foi uma tragédia, com muitos mortos e feridos: “Eu estava na Santa Casa, me preparando para passar pela cirurgia no joelho, quando comecei a escutar uma gritaria no hospital. Eram as vítimas de um grave acidente ocorrido na estrada, perto de Maracaí, onde morreram várias pessoas carbonizadas e vários feridos foram encaminhados para a Santa Casa“, conta.
Mas Nilson também se lembra de momentos alegres, como “as noitadas na ‘Catedral do Samba’ (casa de samba) após nossos jogos, as confraternizações e o ótimo relacionamento com a imprensa, que acompanhava nosso trabalho, diariamente, nos treinos e até mesmo na república (alojamento)“, diz.
Ao final da temporada de 1989, marcada pela lesão e cirurgia, Nilson voltou para Goiás, onde concluiu sua recuperação e ficou treinando para manter a forma física.
Nilson comemorando gol ao lado de Dejar, em 1988
DEPOIS – No começo do ano de 1990, o atacante, que tinha conseguido passe livre no VOCEM, foi para Leolpoldina, no interior de Minas Gerais, onde disputou o Campeonato Estadual da Segunda Divisão pelo Esporte Clube ‘Ribeiro Junqueira’.
No entanto, Nilson optou por deixar o clube antes do término da temporada. “Foi um erro. Preferi sair antes do final da temporada e não pude comemorar o acesso à primeira divisão. Até hoje, lamento minha decisão“, conta o atacante, que se transferiu para Foz do Iguaçu, onde atuou pelo Flamengo, na Segunda Divisão do Campeonato Paranaense e chegou às semifinais.
Em 1991, Nilson continuou no Paraná e defendeu o Arapongas e acabou comemorando o título de campeão estadual e o acesso. No mesmo ano, deu tempo de uma transferência para o Mato Grosso do Sul, onde ele defendeu o Nova Andradina, do técnico Paulo Comelli, e comemorou outro título.
No ano de 1992, o centroavante voltou para o futebol paulista e conquistou outro acesso. Desta vez, com a camisa do Bandeirante de Birigui. “Chegamos entre os quatro primeiros colocados naquele campeonato que o Paraguaçuense, do técnico Luis Carlos Martins, foi campeão“, relembra Nilson Presley. O acesso veio no regulamento: “O Monte Azul foi vice-campeão, mas o estádio não cumpriu as exigências da Federação Paulista e o Bandeirante de Birigui ficou com a segunda vaga do acesso“, explicou.
Em 1993, Nilson Presley defendeu a Internacional de Bebedouro, do técnico Pinho. “Montaram um grande time e pude comemorar mais um acesso“, se orgulha o atacante, que ainda foi contratado pelo Mirassol, do treinador Luís Carlos Martins.
Ainda no ano de 1993, o jogador teve uma curta experiência internacional, quando atuou no futebol mexicano.
De volta ao Brasil, Nilson vestiu a camisa do Taubaté em 1994, “mas coisas não andaram bem“, diz. Logo, se transferiu para o Fernandópolis, onde conquistou outro título e mais um acesso na carreira. Naquele ano, Nilson ainda teve outra experiêncdia internacional, mas as recordações não são tão boas do futebol em El Salvador, onde ficou pouco tempo: “Lá, o chicote estrala“, brinca.
No retorno ao Brasil, no primeiro semestre de 1995, mais um título estadual e o último acesso. Desta vez, pelo Noroeste de Bauru, que tinha no comando, novamente, o treinador Luís Carlos Martins.
Campeão, Nilson teve o contrato renovado com o Noroeste, mas, em 1996, numa partida disputada em Bragança Paulista, contra o Bragantino, ele sofreu o rompimento de ligamentos nos dois joelhos e foi obrigado a encerrar a carreira de atleta profissional, aos 31 anos de idade.
PÓS FUTEBOL – Com a ‘aposentadoria’ da bola, Nilson passou a trabalhar numa empresa de segurança e transporte de valores em Bauru e também a ‘brincar’ num clube de futebol amador de Bauru, junto com outros ex-atletas: Lela, Marcos Côco e Rogerinho (ex-VOCEM), Marquinhos da Barra e Fenê, entre outros.
Nilson ficou empregado nessa empresa de segurança por 12 anos, até decidir iniciar a atividade na área de vendas. Passou a viajar pelo estado, depois gerenciou a empresa de um amigo, atuou no ramo de baterias automotivas até chegar ao ramo da construção civil, para supervisionar obras e reformas.
“Depois de tantas andanças no futebol, que agradeço a Deus pelo que conquistei, e passagem por vários ramos, decidi trabalhar só em Bauru, onde moro desde 1995. Montei um comércio de produtos para animais”, finalizou Nilson, que vestiu a camisa do VOCEM de Assis nos anos de 1988 e 1989.
FAMÍLIA – Atualmente em Bauru, Nilson está no segundo relacionamento e convive com a esposa Solange, que é diretora de escola. No primeiro casamento teve o filho, Nilson Júnior (24 anos). Essa é a trajetória de vida de um dos centroavantes que passou pelo VOCEM de Assis.
Nilson mora em Bauru, onde tem um ponto comercial