Miguel Humberto Alves, o ‘Betão’, foi lateral direito do VOCEM na fantástica campanha de 1984, ano em que o ‘Esquadrão da Fé’ mais se aproximou da Divisão Especial, a elite do futebol estadual na época.
A derrota para o Paulista de Jundiaí por 1 a 0, na estreia do quadrangular final, em jogo disputado no estádio Bento de Abreu Sampaio Vidal, em Marília, é considerada a partida que ficou marcada na sua vida com a camisa bordô e branca.
Para o lateral, o grande problema na derrota em Marília não foi a atuação do time em campo e, muito menos, o pênalti cometido pelo zagueiro Renatão, que resultou no gol do atacante Ricardo, definidor do placar.
“O grande problema, na minha opinião, foi a comissão técnica e a diretoria terem impedido a gente de voltar para Assis comemorar a vitória contra a Jalesense e a difícil classificação obtida em Araraquara”. Para ele, levar a delegação para Marília e ficar na concentração por uma semana “foi o erro crucial”, aponta Betão, um dos atletas mais experientes no time do técnico Valter Zaparolli.
Antes de vestir a camisa 2 do ‘Esquadrão da Fé’, Betão passou por vários clubes.
Iniciou sua carreira em 1973, nas categorias de base do Botafogo do Rio de Janeiro, onde se profissionalizou aos 22 anos.
Passou pelo Ceará, América de São José do Rio Preto, Catanduvense e Paranavaí, antes de ser anunciado no VOCEM de Assis.
Após a triste desclassificação, na reta final da Divisão Intermediária, Betão se transferiu para o Brasília, onde teve uma curta passagem e decidiu aceitar o convite para voltar ao time de Assis.
Depois da segunda passagem pelo VOCEM, ele seguiu sua trajetória, passando por: Votuporanguense, Guarapari, Tiradentes-DF, Lençoense e Barra Mansa, onde atuou por três temporadas até que, em 1994, foi obrigado a interromper a carreira de forma trágica, após um acidente automobilístico.
“No final de 1994, sofri um acidente de carro. Tive uma luxação de fêmur e passei muito tempo fazendo fisioterapia. Sem condições de voltar a jogar, aceitei o convite para assumir a gerência do restaurante de um tio em Barra Mansa, onde continuo até hoje”, conta Betão.
Anos depois, em 2007, Betão foi vítima de um AVC -Acidente Vascular Cerebral- que imobilizou o lado esquerdo, dificultando o movimento de braço e perna.
“Por volta das três horas da madrugada, me levantei para urinar e sofri uma queda. O corpo relaxado e a ex-esposa não conseguiu me levantar. Saí me arrastando até uma cômoda e fiz muita força para me levantar. Com o pijama todo sujo, tentei ir ao banheiro, mas percebi que o lado esquerdo não ajudava nada. Pedi para chamar alguém que me ajudasse. Fui levado ahospital de Quatis e, logo em seguida, à Santa Casa de Barra Mansa, onde cheguei por volta das nove horas da manhã. Só não fui embora, porque não era meu dia, nem minha hora. Graças a Deus”, se recorda.
O lateral costuma visitar Assis anualmente para rever os ‘amigos da bola e faculdade’. Quando atuava pelo VOCEM, cursou Educação Física no antigo IEDA. “Não fosse a pandemia, eu estaria visitando Assis neste mês de maio”, finalizou Betão.
Betão (primeiro em pé) foi revelado no Botafogo-RJ
Betão na equipe do VOCEM em 1984