Lá pelos meados de 2002 e 2003, quem comparecia ao ginásio de esportes Gema, na vila Xavier, para assistir a Copinha Assis de futebol de salão ou nos gramados da cidade onde ocorriam competições de futebol das categorias sub-7 ou mesmo sub-9, ficava impressionado com o talento e habilidade de um menininho franzino, meias abaixadas, camiseta por fora do calção e uma personalidade fora do normal para uma criança de apenas cinco e seis anos de idade.
– Quem é esse menino?
– Esse moleque tem futuro!
Essas duas frases eram as mais ouvidas daqueles que estavam nas arquibancadas e ficavam impressionados ao ver o desempenho do garoto promissor Juninho, filho de Beto (ex-jogador da Prudentina) e neto de Lailão (primeiro ponta direita profissional do VOCEM).
Aliás, as presenças do pai e avô, por terem sido ex-jogadores, fossem nos treinamentos e principalmente nos jogos do menino Juninho eram uma marca registrada.
“O avô dele ficava atrás do banco gritando para eu não tirá-lo do time, mas ele ainda era muito novo, pequenino e franzino para jogar o tempo todo contra adversários bem mais velhos e fortes fisicamente”, se recorda Marquinhos Rauseo, primeiro técnico de Juninho, quando ele jogava nos times das escolas Nizia Mercadante e, depois, Coraly Júlia, no Jardim Eldorado, em 2.001. “Ele sempre foi diferenciado”, confirma Rauseo.
Hoje, aos 21 anos de idade, mesmo tendo passado 11 anos fora de Assis, sendo seis meses no exterior, Juninho é quase um homem feito, mas permanece sendo uma aposta dos que sempre acompanharam sua carreira e aprenderam admirá-lo. “Ele ainda tem um futuro promissor”, acreditam os mais próximos.
Curiosamente, pela primeira vez, em 2019, aos 21 anos de idade, Juninho poderá ter a oportunidade de volta a atuar no futebol da cidade onde nasceu, agora como profissional. “Estou sem vínculo e liberado. Seria muito bom defender um clube da minha cidade. Estou à disposição”, diz ele, que acaba de ser considerado um dos destaques do futebol de Rondônia, como meio-campista e capitão do Genu, de Porto Velho.
Numa rápida entrevista ao Jornal da Segunda, após ter participado de um treinamento no CT ‘Padre Beline’ com o elenco do VOCEM, Juninho contou um pouco de sua trajetória no mundo da bola.
“Comecei nas escolas Nísia Mercadante e Coraly Júlia, com o professor Marquinho Rauseo, quando tinha quatro anos de idade. Passei pelas mãos dos professores Marcelo (Má) e Nandes. Com pouco mais de seis anos de idade, fui defender as equipes de base do Marília. Com nove anos, iniciei uma trajetória de muitos títulos na escolinha do VOCEM/ADPM com o professor Fernandinho”, se recorda.
Em 2009, Juninho começou a alçar vôos mais altos. “Percebi que ele tinha potencial para ser um jogador profissional e acertei para ele ser integrado a um projeto de holandeses no Paraná, na equipe do Laranja Mecânica, em 2009”, se recorda o técnico Fernandinho Santos, diretor da escolinha VOCEM/ADPM.
O futebol e a personalidade de Juninho impressionaram um olheiro do Avaí, que decidiu apostar na sua carreira. “Em 2011, após ser considerado um dos destaques nos times da base, onde também era capitão, meu empresário me levou para um intercâmbio no Feyenoord Rotterdam (Holanda) e Academie Mohammed VI (Marrocos)”, se recorda. Foram seis meses de experiência internacional.
No retorno ao Brasil e futebol catarinense, Juninho chegou a ser sondado por dirigentes de clubes como: Coritiba, Flamengo, Palmeiras, Al ahli Emirados Árabes e Gabala do Azerbaijão, mas decidiu renovar seu vínculo com o Avaí, onde conquistou os títulos mais importantes de sua carreira.
No ano passado, Juninho foi emprestado ao Genus, de Porto Velho, para disputar a primeira divisão do futebol de Rondônia. “Fui bem! Cheguei a marcar seis gols, além de ser o capitão da equipe”, comemora.
Juninho voltou ao Avaí no segundo semestre de 2018, onde disputou o Campeonato Brasileiro sub-23. Assim que terminou a disputa, foi novamente contratado pelo Genus e voltou a Rondônia, onde esteve atuando até a semana passada.
Após oito anos de vínculo com o Avaí, Juninho e o clube catarinense decidiram romper o vínculo e o jogador passou a ser livre para procurar um novo clube.
Quis o destino que o homem e atleta quase formado, aos 21 anos de idade, voltasse para Assis, onde os dois clubes da cidade procuram uma identidade maior com o torcedor. Talvez seja Juninho essa grande possibilidade.
“Sei pouco dos dois times. No Assisense, conheço o Rafinha e o Léo, com que já joguei no futebol catarinense, além do Fabinho (presidente) e o preparador (Douglas). No VOCEM, só conheço o Fernandinho”, disse.
Juninho diz ser inevitável a pergunta dos torcedores que o reconhecem nas ruaa desde que voltou à cidade. “E aí? Vai jogar em Assis?”
– Estou à disposição!, responde ele.
Quem já viu Juninho jogar não tem dúvida que ele cabe, tranquilamente, em qualquer um dos times de Assis. “Tem boa enfiada de bola. Bate bem na bola e tem ótima finalização, além de ter visão de jogo e ser um exímio cobrador de faltas e escanteios. É o líder que falta”, enaltece Fernandinho, que não esconde a vontade de ver o seu ex-pupilo brilhando no seu clube do coração. “Seria ótimo”, repete.
Juninho teve contrato com o Avaí por oito anos
Juninho criança com o pai Beto no estádio Tonicão