Se não mudar de ideia após a divulgação dessa notícia e a repercussão que ela pode causar, o prefeito de Assis, Ricardo Pinheiro Santana, do PSDB, deve anunciar, nos próximos dias, a troca no comando da Secretaria Municipal da Educação.
Há quem garanta que ele já teria decidido até mesmo o nome do substituto da professora Maria Amélia Artigas dos Santos. Segundo uma pessoa próxima ao prefeito, que pediu para ter sua identidade preservada, o professor Eduardo Vella, diretor da Fundação Educacional do Municipal de Assis – FEMA – já teria aceito o convite e deve ser anunciado o novo secretário da Educação tão logo a Prefeitura Municipal volte do recesso, na primeira semana de janeiro de 2016.
O JSOL – Jornal da Segunda On Line – tentou, em vão, entrar em contato com Vella, mas não obteve retorno.
O nome de Eduardo Vella, segundo estudos feitos pela assessoria do prefeito, diminuiria as críticas dentro da Secretaria Municipal da Educação pelo estilo “durão” da professora Maria Amélia.
De olho na reeleição, analistas políticos acreditam que a demissão da secretária poderá minimizar os efeitos negativos a Pinheiro no debate eleitoral quando surgirem os ataques à Prefeitura por ter cortado os lanches das crianças do projeto “Esporte como você sempre quis” como medida de contenção de despesas. A medida causou um enorme desgaste na imagem do prefeito, principalmente por ter sido tema de uma reportagem no programa “Custe o que custar” – CQC – na TV Bandeirantes, levado ao ar em rede nacional.
A ideia, segundo esses analistas, seria atribuir a culpa pela decisão de cortar os lanches para economizar pouco mais de R$ 7 mil mensais à secretária e dizer que o prefeito “nada sabia” sobre o corte.
O JSOL tentou entrar em contato com a secretária Maria Amélia, que deve deixar o cargo, mas também não conseguiu. Na Secretaria Municipal da Educação ninguém confirma a mudança. “Estamos em recesso. Só saberemos de alguma mudança quando os serviços administrativos voltarem”, respondeu um funcionário que atendeu o telefonema do Jornal da Segunda.
Maria Amélia é considerada uma profissional correta. Técnica, após décadas de trabalho na Diretoria Regional de Ensino, ela tem o perfil de quem não aceita interferência política em suas decisões.
Pressionada no início do mandato, ao ter sua exoneração pedida pelos vereador Claudecir Martins, o Gordinho da Farmácia, ela chegou a se reunir com o prefeito Ricardo Pinheiro Santana para colocar o cargo à disposição, mas foi convencida a permanecer.
Maria Amélia teve seu nome indicado pelo pai do prefeito Ricardo Pinheiro, o ex-dirigente regional de ensino, Cleomenes José Santana. O anúncio de Maria Amélia como secretária da Educação frustrou tucanos históricos que defendiam o nome de Maurício Dorta de Souza para o posto.
SUCESSOR – Filho do ex-secretário municipal de Negócios Jurídicos do ex-prefeito Romeu Bolfarini e competente advogado administrativista João Carlos Gonçalves Filho, o professor e também advogado Eduardo Vella, tem um estilo completamente diferente ao de Maria Amélia. Ele sabe conviver, driblar e contornar as diferenças políticas, mesmo quando é contrariado.
A prova de habilidade política de Vella foi comprovada com a aprovação, na Câmara Municipal, do projeto do REFIS – Recuperação Fiscal – da Fema.
Inicialmente, a maioria dos vereadores se mostrava contrária à matéria. Sua intervenão na tribuna no dia da sessão e os contatos mantidos com os vereadores de oposição, antes da votação, foram fundamentais para que a propositura fosse aprovada, o que não aconteceu com o REFIS da Prefeitura.
Vella deve deixar o cargo de diretor da FEMA no momento em que a Fundação comemora o início das aulas do curso de Medicina. O anúncio de Vella como novo secretário municipal da Educação, caso Pinheiro não volte atrás em sua decisão, deve acontecer na retomada das atividades na Prefeitura.
MUDANÇAS – Ciente dos resultados de uma pesquisa encomendada onde os números da avaliação sobre sua Administração são completamente desfavoráveis, Ricardo Pinheiro deve fazer outras mudanças no seu secretariado no início do ano. O engenheiro Valter de Souza Filho, criticado até mesmo pelos vereadores da base aliada, deve deixar a Secretaria Municipal de Planejamento, Obras e Serviços.
A cidade completamente esburacada e a morosidade para resolver os pequenos problemas de infra-estrutura teriam sido principais motivos para a troca. Pinheiro ainda não decidiu que será o novo secretário, mas ele pretende resolver essa questão durante o recesso de final de ano. Intocável, a secretária municipal da saúde, Denise Carvalho, continua no cargo, mas ela já teria recebido a incumbência de encontrar mecanismos para estudar uma possibilidade de reabertura do Pronto Atendimento Maria Isabel por 12 horas e encontrar um novo local para colocar em funcionamento o Posto de Saúde Central, fechado há três meses. O prédio onde funcionava a Divisão Regional de Saúde, na rua Quintino Bocaiuva, é a provável solução.