Quem passa pela avenida Nove de Julho, no centro de Assis, no início de manhã presencia uma enorme fila se formando em frente a agência principal da Caixa Econômica Federal. Duas horas antes de as portas serem abertas para o atendimento presencial, a fila já dobra a rua Sebastião Leite do Canto.
As principais causas da fila são a crise econômica que assola o país nos últimos anos, gerando milhões de desempregados e uma infinidade de trabalhadores ‘informais’ ou ‘empreendedores’ sem salário fixo.
Essas pessoas, consideradas ‘vulneráveis’, passaram a depender de programas sociais do Governo Federal, como Bolsa Família e Seguro Desemprego.
Além disso, claro, milhões de brasileiros afetados pela crise sanitária com a pandemia do novo coronavírus, que dependem do Auxílio Emergencial, que só existe em razão de uma pressão de deputados no Congresso Nacional após uma resistência do Governo Federal.
Uma dessas pessoas, balconista desempregada, disse ter chegado à agência por volta das 8 horas da manhã. Ela já era a sétima na fila, que começava a dobrar a esquina da rua Sebastião Leite do Canto.
“Acordei cedo e vim direto para cá, mas não imaginava que estaria lotado assim. Acho que é porque as pessoas têm dificuldade de fazer o cadastro no aplicativo ou no site. Daí, acabam vindo no serviço presencial mesmo”, acredita.
Ela tem razão parcialmente.
Além de muita gente para ser atendida, há outro fator que provoca tanta fila e reclamação pela demora no atendimento: a falta de bancários.
Para atender as centenas de pessoas que se dirigem à agência da Caixa Econômica Federal de Assis, diariamente, há um número bem menor de bancários do que seria necessário para um atendimento mais rápido. “A situação é tão crítica que, nesses últimos dias, alguns poucos funcionários estavam se revezando para atender no setor de caixa. É impossível não ter filas enormes”, explica o presidente do Sindicato dos Bancários de Assis, Fábio Escobar.
“As demissões, incentivadas pela direção do banco, aposentadorias e a não reposição de trabalhadores, com a abertura de concurso público e novas contratações contribuem para essa cena diária de sofrimento, que é degradante para nossa população”, aponta o dirigente sindical.
Escobar explica que o Sindicato dos Bancários tem feito campanhas periodicamente para denunciar a situação. “A população, que acaba sendo a mais penalizada, precisa saber que a culpa não é dos poucos bancários que ainda lhe atendem, mas de um modelo de gestão adotado pela direção do banco, que reduz o quadro de funcionários e parece não se importar com o aumento das filas”, finaliza Escobar.
CEF apresenta enormes filas dentro e fora da agência
Imagem: Assessoria SEEBAR