Disputa entre Valmir e Cachorrão para presidência da Câmara não tem favorito

Promete ser equilibrada a disputa para a presidência da Câmara Municipal de Assis, que acontece logo após a posse do prefeito José Aparecido Fernandes, do vice-prefeito Márcio Aparecido Martins e dos 15 vereadores, na manhã deste domingo, primeiro dia do ano de 2.017, na sede do Poder Legislativo.

Dos atuais vereadores que se reelegeram -Alexandre Cachorrão e Valmir Dionízio – se lançaram candidatos.

Cada um deles garante ter oito votos contabilizados.

O problema é que a conta não fecha: oito vezes dois é igual 16, mas a Câmara só tem 15 vereadores.

Ou seja: algum vereador pode ter prometido voto para os dois candidatos.

Valmir Dionízio se diz ‘tranquilo’. Ele participou de uma reunião do G-8, grupo formado por oito vereadores. No encontro, que contou com a participação de um empresário com forte ascendência sobre um grupo de eleitos, ficou definido até o rodízio na presidência da Câmara para os próximos quatro anos: Valmir Dionízio (2017), Carlão Binato (2018), Reinaldo Anacleto (2019) e Timba (2020).

“Precisa assinar algum documento?” teriam perguntado alguns novados, para comprovarem fidelidade ao acordo.

“Não! Acreditamos na palavra de cada um”, teria respondido um provável futuro presidente.

Talvez ele se arrependa de não ter exigido a assinatura no documento, embora o papel não tenha nenhuma finalidade jurídica. Serviria apenas como prova de infidelidade, palavra que, aliás, atualmente tem sido comum o uso no vocabulário da maioria dos políticos brasileiros, a começar pelo Presidente da República, Michel Temer.

Tudo, de fato, parecia tranquilo para o G-8, até o vereador mais votado em 2016, Alexandre Cachorrão, comemorar, segundo ele, a garantia do oitavo voto.

Se Cachorrão estiver blefando, ao menos já deixou o G-8 em dúvida sobre quem no grupo seria o ‘traidor’.

Para evitar o surgimento de um ‘Judas’ no grupo, um novo encontro do G-8, com palavras mais duras, deve ocorrer na manhã ou tarde de no sábado, em local mantido em sigilo, até o momento.

Se algum dos oito vereadores faltar ao encontro, a tranquilidade dará lugar ao desespero nos sete demais.

Cachorrão, ‘escaldado’ com a inesperada derrota no final de 2015 quando disputou a eleição para presidente da Câmara contra o Pastor Edinho -decidida minutos antes da votação- não quer experimentar o novo gosto amargo do que considerou ‘traição’.

“Esse ano, tínhamos sete votos certos até sermos procurado por um vereador que não estava em nossa contabilidade. Ele  garantiu, espontaneamente, o apoio e o desejo de participar do nosso grupo. Além disso, estou conversando com todos os demais”, disse Alexandre, que presidirá a sessão de posse e conduzirá a eleição onde ele próprio será candidato.

O novo Regimento Interno da Câmara não impede esse tipo de situação, onde o próprio candidato possa presidir a eleição, o que, em tese, poderia parecer favorecimento, por ele estar diretamente interessado e ligado ao pleito.

“Isso é um absurdo. O presidente conduzir a eleição onde ele é candidato”, reclamou um eleitor declarado de Valmir Dionízio.

Como a votação é aberta e nominal, logo no primeiro encontro do novo parlamento municipal será possível saber se houve traidor e traído.

Se isso acontecer, com certeza, a rusga deverá permanecer por longos anos da convivência no legislativo, a não ser que o traído perdoe o traidor, mas, como estamos no século XXI e já passou a semana onde imperou o espírito natalino, isso parece ser pouco provável.

camara

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