Notícias piores não poderiam haver nesse dia 7 de abril, quando profissionais de rádios, jornais, TVs e outros meios de comunicação deveriam estar comemorando o “Dia do Jornalista”.
Cena 1 – Em São José do Rio Preto, uma aluna de jornalismo morreu, vítima de acidente de trânsito em pleno estágio para ingressar na profissão que sonhava. Por ironia do destino, morreu quando produzia uma reportagem exatamente sobre acidentes de trânsito.
Cena 2 – Início da noite, Brasília ‘pegando fogo’ com os deputados discutindo ou “tramando” a deposição da Presidente da República e um dos portais de notícias mais acessados do país tem, na seção de notícias mais lidas do dia, a ‘bombástica revelação’: “Fernanda Gentil termina casamento com empresário”.
É o fim!
Não!
Infelizmente, não é o fim!
Tem algo mais assustador e preocupante na cidade dos três “s”.
Cena 3 – Conversando com um dos mais antigos e competentes profissionais de jornal da cidade, ele me confidenciou, com os olhos marejados: “eu e todos meus colegas de trabalho – todos – cumprimos neste dia 7 de abril – Dia do jornalista – o último dia do aviso prévio e não sabemos o que acontecerá amanhã.
Ele sequer sabe se o jornal estará circulando ou se fechará as portas definitivamente.
Vou repetir a notícia -que espero, sinceramente, ser desmentido amanhã-: todos os jornalistas e funcionários do tradicional jornal da cidade dos três “s” foram demitidos e neste fatídico Dia do Jornalista, estão cumprindo o último dia do aviso prévio os seus jornalistas, gráficos, agentes comerciais, faxineiros, enfim todos…
Ou seja: todos ficaram desempregados justamente no Dia do jornalista.
Pasmem: ainda há espaço para piorar.
Nenhum dos trabalhadores sabe dizer onde está o responsável pelo jornal ou quem fará a homologação e o acerto dos seus direitos trabalhistas.
O dono “sumiu”, ou ninguém aparece para dar qualquer explicação.
Pior ainda: eles estão – me garante o confidente colega de imprensa – há três meses com os salários atrasados.
Amanhã, dia 8 de abril, será outro dia.
Todos eles se juntarão aos milhares de desempregados.
Só falta algum iluminado justificar que as demissões ocorreram por conta da crise política e econômica.
Pelo menos, na atual conjuntura, a ‘voz da terra’ desse país insiste em culpar a crise por todos os problemas.
Uma pena!
Parabéns aos profissionais que ainda continuam empregados e publicando notícias melhores.
Por fim, que Deus e os governantes possam ajudar os jornalistas e profissionais de jornal que não tiveram motivos para comemorar nesse dia 7 de abril.
A luta continua!