A378 – Operação da Polícia Civil aponta duas advogadas de Assis envolvidas em organização criminosa

Duas advogadas de Assis, que não tiveram seus nomes revelados, são apontadas pela Polícia Civil por participação em organização criminosa, que teria provocado, nos últimos dois anos, um prejuízo de R$ 10 milhões a empresas do transporte de cargas de grãos.

Dois mandados de prisão, além de oito medidas de busca e apreensão, seriam cumpridos em Assis pela Polícia Civil que, nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, dia 26 de novembro, deflagrou a segunda etapa da Operação denominada Falsus.

Além das prisões e mandados de busca e apreensão em Assis, a Operação visava cumprir medidas judiciais em três estados: São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.

A Delegacia Seccional de Presidente Prudente, por meio da Unidade de Inteligência Policial/D8, coordenou a Operação na região de Assis. Nas primeiras horas da manhã, os policiais deixaram a Central de Polícia Judiciária com o objetivo de dar cumprimento a oito mandados de apreensão e dois de prisão.

De acordo com informações da Polícia Civil, entre as pessoas investigadas estão duas advogadas de Assis que, segundo apurado, atuariam no grupo criminoso e que passaram a ser rés pela prática dos crimes de crimes de lavagem de dinheiro e por integrarem organização criminosa.

Os nomes das duas advogadas não foram revelados pelos policiais.

A investigação policial desbaratou a existência de um grupo criminoso criado para subtrair cargas de grãos de alto valor, mediante falsas contratações de frete e até falsificação de boletins de ocorrência.

“O grupo criminoso, após identificar uma carga de interesse numa plataforma online de frete, cadastrava motoristas e caminhões da organização criminosa na plataforma e, com a carga de grãos em sua posse, simulava que o roubo dos caminhões e cargas nas estradas paulistas, apresentando falsos boletins de ocorrência as vítimas, com o nítido propósito de ocultar os desvios da carga, encaminhando, em seguida, essas cargas a diversas empresas receptadoras”, explicou a Polícia Civil, em nota à imprensa.

A investigação teve início em 2023, na cidade de Iepê-SP, quando dois motoristas se apresentaram junto à uma empresa local, onde carregaram os seus caminhões com 38 toneladas de soja em grão cada um, porém a carga não chegou ao destino final, que seria Osvaldo Cruz.

Além desse desvio, em 2023, o mesmo grupo criminoso praticou outras duas subtrações de grãos na comarca de Iepê, que tinham como destino o Terminal Portuário de Santos, bem como, desde 2013, teriam desviado mais de 40 cargas de grãos, perfazendo um prejuízo estimado de cerca de R$ 10 milhões.

“A investigação policial aponta para a existência de uma organização voltada para a prática dessas ações criminosas, mediante falsas contratações de frete, com carregamento na origem por, pelo menos, dez motoristas, utilizando veículos dos líderes do esquema criminoso, sendo que essas pessoas eram as responsáveis pelos falsos fretes e por auferirem grandes lucros com essa ação criminosa”, continua a Polícia Civil.

No total, 19 pessoas foram denunciadas e passam a serem rés pelos crimes de: furto qualificado fraude, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.

Além dessas pessoas, são objetos de busca e apreensão criminal quatro empresas de grãos que ficam situadas no Estado de São Paulo que podem, em tese, terem receptado essas cargas subtraídas.

Segundo apuração da Polícia Civil, foram identificados desvios de cargas de alto valor nos municípios paulistas de: Iepê, Nantes, Assis, Cruzália, Araras, Cândido Mota, Santo André, Borborema, Itapetininga, Campinas, Maracaí, Guaíra, Santópolis do Aguapeí e São Paulo, além de Jataí, em Goiás. Também foram registrados desvios no Mato Grosso do Sul e Paraná.

De acordo com a Polícia Civil, 150 policiais paulistas participam da operação, além de 34 viaturas e agentes policiais do Mato Grosso do Sul e Paraná.

A primeira fase da operação Falsus, em março de 2024, resultou na condenação de seis pessoas em primeira instância, com penas 4 anos e 6 meses a 7 anos e 2 meses pelos crimes de furto qualificado, fraude e participação em organização criminosa.

Policiais civis reunidos na Operação Falsus
Imagem: Polícia Civil

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