A316 – Pastora e amiga beberam água da chuva empoçada, filtrada em calcinhas, para sobreviver

Para matar a sede durante os mais de dois dias em que ficaram perdidas numa estrada de terra, sem condições físicas para caminhar e pedir socorro numa propriedade rural próxima, com os telefones celulares sem bateria para informar a localização, e bastante debilitadas, a pastora da Igreja Metodista, Railda Marinho de Brito, 65 anos, e sua amiga, Eliana Alves Campos, 62 anos, precisaram beber água de chuva, que estava empoçada, para sobreviver.

Bem humoradas, após serem resgatadas, elas concederam entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Record, afiliada de Bauru.

“Nós buscávamos água da chuva que estava empoçada e usamos calcinhas que estavam na mala para ‘filtrar’ o líquido. tirando a sujeira maior. Após passar por esse processo de limpeza, com uso de três vasilhas de alumínio e de plástico, e duas calcinhas, a água ficava em condições de consumo”, contou a pastora Railda.

À reportagem, Eliana, que dirigia o veículo Siena, prata, placas DGU-7992, contou ter errado o caminho quando pretendia retornar a Guarantã e, quando percebeu, tentou uma rota alternativa, entrando numa estrada de terra. “Pensei que era um pequeno trecho de pedra e que, logo, voltaríamos ao asfalto, mas isso não aconteceu”, revelou.

Na estrada de terra, pediram orientação a um homem que teria informado: “Basta seguir em frente para chegar ao seu destino”.

No entanto, após um trecho de pedra, a estrada passou a ter apenas areia.

“Numa subida, o carro ‘atolou’ num banco de areia e não tínhamos o que fazer e nem como pedir socorro”, contou Eliana.

Bem humoradas, elas chegaram a comparar as condições de dormir ao relento, deitadas na grama, sobre um edredom, como um ‘hotel cinco estrelas’ ou ‘pousada da lua cheia’.

A dupla de amigas garante não ter ficado com medo ou desespero durante o período em que ficou perdida. “Enquanto todo mundo estava preocupado, nos procurando e pensando mil coisas, nós estávamos bem. Estávamos calmas. A nossa fé dizia que o Senhor tem um propósito nisso tudo e ele está cuidando e suprindo nossas necessidades”, disse Eliana.

Elas contaram que a emoção maior ocorreu quando foram resgatadas.

Por precaução, as duas mulheres foram levadas a um hospital em Pirajuí, onde passaram por avaliação médica, foram hidratadas e liberadas para voltar para a casa, em Guarantã.

Perguntadas pelo repórter quando seria a próxima viagem, responderam, em coro: “Nunca!, e começaram a sorrir.

Pastora Railda e a amiga Eliane Reprodução TV Record

DESAPARECIMENTO – Railda Marinho de Brito, 65 anos, e sua amiga, Eliana Alves Campos, 62 anos, estavam desaparecidas desde a tarde de segunda-feira, 14 de outubro, quando retornavam para Guarantã-SP, após terem visitado Assis, no final de semana.

Elas foram localizadas na tarde de quarta-feira, dia 16, no interior do carro, em uma estrada de terra, entre os municípios de Garça e Álvaro de Carvalho.

Com a informação de que o carro em que viajavam, um Siena, prata, placas DGU-7992, foi visto passando pelas praças de pedágio de Garça, ficou evidente que elas tinham alterado o trajeto comum e que, talvez, tenham tentado corrigir a rota, entrando na estrada de terra.

No último contato que mantiveram com a familiares, por telefone, na segunda-feira, elas relataram estar perdidas, após o veículo ter atolado na areia, numa estrada vicinal.

Durante o contato, as mulheres não conseguiram dar mais detalhes sobre a localização onde se encontravam “por estarem bastante nervosas”.

Dois animais que estavam no carro com elas passam bem.

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