Os restos mortais de Francisco Teixeira de Carvalho Filho, o ‘Chicão Teixeira’, foram transladados do Cemitério Municipal de Assis para o Mausoléu do Soldado Constitucionalista, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
A remoção dos restos mortais de Chicão Teixeira ocorreu exatamente 59 anos atrás, no dia 9 de julho de 1965.
Filho de família com origem no norte fluminense, espalhada por Santa Madalena, Nova Friburgo, Macaé e Vassouras, que se radicou em Campos Novos Paulista, Chicão Teixeira era dentista e foi um dos pioneiros voluntários de Assis a se inscrever na sede de Batalhão na Revolução Constitucionalista de 1932, que foi instalada na cidade. O agrupamento tinha o comando do tenente-coronel e advogado Anacleto Roberto Barbosa.
O alto comando da Revolução considerava a situação geográfica de Assis como “estratégica” para tentar neutralizar o avanço das tropas gaúchas, que subiriam do Sul do país para São Paulo.
Uma comissão, composta por dois integrantes do Partido Democrático e dois do Partido Republicano Paulista, foi montada na cidade.
A concentração dos soldados em Assis acontecia diante do Hotel Lopes, na avenida Rui Barbosa, onde, atualmente, está instalado o Hotel Santa Rosa. Dali, eles seguiam para embarcar na Estação Ferroviária, acompanhados por alunos do Grupo Escolar e pela população que apoiava o movimento.
Após a derrota dos paulistas, Assis foi ocupada como praça militar das tropas gaúchas, que se alojaram no cine-teatro e no Hotel Lopes.
Coincidente, a menos de 100 metros do local de concentração dos soldados, na esquina da rua Capitão Francisco Rodrigues Garcia com a Travessa Erasmo Mercadante, foi construído um monumento em homenagem aos soldados da Revolução Constitucionalista (foto abaixo).
MORTE – De acordo com reportagem do jornalista Marcos Barrero, em seu livro ‘Assis de A a Z’, Chicão Teixeira se inscreveu em Assis sob o nº 19. Apresentou-se em Quitaúna e seguiu, quatro dias depois, para a cidade de Buri, considerada uma das mais difíceis frentes de batalha.
Destemido, o herói de Assis logo foi promovido a cabo e a sargento em pouco tempo.
Ao sustentar a retirada de tropas naquele setor, Chicão e mais alguns companheiros são envolvidos pelas tropas gaúchas e ele acaba morrendo com um tiro no peito.
Inicialmente, Chicão Teixeira foi sepultado em Buri pelo comandante das tropas inimigas, general Waldomiro Lima.
Com o fim da Revolução, os soldados começam a retornar para suas cidades e a família Teixeira de Carvalho fica cada dia mais apreensiva por não ter notícias de Chicão, até que um ex-companheiro de campanha fornece as circunstâncias da morte.
Os restos mortais de Chicão Teixeira chegaram a ser transferidos para Assis, mas, em 1965, foram levados para o Mausoléu do Soldado Constitucionalista, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
A biografia e a história de Chicão Teixeira, o herói de Assis na Revolução Constitucionalista de 1932, podem ser encontradas no livro Cruzes Paulistas, da Editora Gráfica Revista dos Tribunais.
RUA – Em Assis, a única referência pública ao herói da Revolução de 1932 é a denominação de uma rua no bairroi Tênis Clube (foto abaixo), de Dr. Chicão Teixeira.