Dia 7 de junho comemora-se o Dia Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis
Na cidade de Assis, graças a uma lei de iniciativa da vereadora Viviane Del Massa Martins, do PP, desde 2023, comemora-se o Dia Municipal dos Catadores de Materiais Recicláveis “Luiz Dionizio dos Santos Netto”
Um dos artigos da lei municipal prevê que “No dia Municipal de Luta dos Catadores de Materiais Recicláveis – Dia “Luiz Dionizio dos Santos Netto”, ora instituído, poderá o Poder Executivo determinar à Secretaria de Agricultura e do Meio Ambiente a realização de atividades alusivas, tais como: palestras, eventos, seminários, apresentações, workshops, encontros comunitários, dentre outras ações que bem representes a conscientização e a atuação dos Catadores de Materiais Recicláveis como agentes ambientais e o impacto consequente na nossa sociedade.”
Por iniciativa dos familiares do homenageado ‘Luizinho’, no final da tarde, às 16h30, desta sexta-feira, dia 7 de junho, na sede da Coocassis, na avenida Benedito Pires, haverá uma ‘roda de conversa’ sobre a saúde dos trabalhadores e, na sequência, a exibição de um documentário intitulado: “Catadoras de luxo: heroínas (in)visíveis”.
“Essa data também reconhece catadoras e catadores como agentes de proteção ambiental e consequentemente de saúde. Sendo assim, uma data importante para toda a sociedade assisense que gostaríamos que os veículos de comunicação da cidade pudessem retratar e dar visibilidade”, ressaltam os familiares de Luizinho.
QUEM FOI – Luiz Dionizio dos Santos Netto, o Luizinho, ex-morador de Assis e ativista dos Direitos Humanos, é membro eterno da equipe do Pimp My Carroça e Cataki. Ele trabalhou
incansavelmente em prol das catadoras e catadores pela dignidade e reconhecimento desses
agentes ambientais.
“Sobre o ativista homenageado, Luiz Netto foi irmão, filho, companheiro, amigo, parceiro, sobrinho, neto e tantas outras alcunhas, uma delas Luizinho.
Além de todos esses papeis, Luiz também foi ativista dos direitos humanos das pessoas em situação de vulnerabilidade e invisibilidade, como é o caso das catadoras e catadores de materiais recicláveis.
Como gestor de comunidades no aplicativo Cataki, da ONG Pimp My Carroça, Luiz tinha contato com mais de 3 mil catadores e catadoras de todo o Brasil e escutava suas histórias, alegres e tristes, para transformar em recursos de melhoria para o aplicativo, mas principalmente para políticas públicas de assistência social, saúde e trabalhista para essa categoria.
Junto com a equipe da Ong Pimp My Carroça, desenvolveram uma pesquisa sobre o contexto de catadores autônomos em três grandes capitais do Brasil, com dados e relatos importantes para a formulação de políticas públicas de reconhecimento dessa categoria.
Em nosso município, temos a Coocassis como referência em cooperativa de material de reciclagem, há 25 anos atuando na cidade e região, que dá dignidade econômica e profissional à trabalhadoras e trabalhadores. Entretanto, essa não é a realidade como um todo. Ainda vemos muitos catadores em situações de vulnerabilidade social extremas, e em nossa cidade, vemos o aumento dessa população devido ao complexo e desigual sistema em que estamos inseridos. Além disso, questões sociais como preconceito, racismo e violência são fatores que adoecem e invisibilizam a pessoa catadora, impactando em toda a sua atuação como cidadã.
O dia 7 de junho reconhece a luta dessa categoria por melhores condições de trabalho e de vida, no geral. Como sociedade, é preciso ter empatia e apoiar o trabalho de catadoras e catadores de diferentes formas: separando o lixo orgânico do reciclável, pagando por serviços de retirada de materiais, conversando na rua, dando um oi/bom dia, lutando, junto e ativamente, para a garantia e fortalecimento dos seus direitos. Vemos o quanto o trabalho deles está conectado com a garantia da nossa saúde, higiene, limpeza das ruas e muito mais.
Nós, da família do Luiz Dionizio dos Santos Netto, continuaremos nesse movimento, para salvar sua memória, legado e amenizar a saudade, pois muitas catadores e catadores viram nos olhos do meu irmão a esperança de serem escutados e vistos como pessoas, Também continuaremos honrar o que ele sempre dizia nas mensagens: Salve Catadoras e Catadores!”, descrevem os familiares de Luizinho Neto.