128 – FALA, PROFESSOR RUBENS GALDINO – Qualidade do voto!

Nesta coluna, já comentamos os perfis políticos em cena pública. Claro, exploramos a perspectiva do eleitor. Noutras palavras, como o cidadão vê atuação daqueles que recebem seu voto de confiança.

Hoje, comentaremos um pouco o reverso da moeda. Vamos falar a partir da visão do político. Como ele vê sua relação com o eleitor. Qual é imagem que tem do eleitorado?

Conversando com alguns, que militam há tempo na área, pudemos observar que a visão deles não é nada alentadora. Eles ficam horrorizados com a atuação de uma parcela significativa do eleitorado.

Segundo eles, muitos deles estão mais interessados em receber benefícios pelo voto depositado. Cobram empregos para filhos, genros, noras, etc. Buscam vantagens pessoais de acesso aos serviços públicos por meio do tráfico de influência política com apadrinhamento.

Não temos dados estatísticos confiáveis. Acredita-se que parcela significativa da sociedade ainda está acostumada à prática do “é dando que se recebe”. Uma espécie de compromisso de “troca-troca”.

Claro, isso não é feito de forma unilateral. Há quase sempre uma espécie de cumplicidade entre candidatos e eleitores. Apesar da austera política de combate empreendida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), levar vantagens ainda parece ser um estilo recorrente e, em alguns casos, abusivo. É como se isso fosse um costume muito arraigado à nossa cultura política. E, contra costume, a lei nem sempre consegue bons resultados.

O quadro mais agravante está em nível da política municipal ou local. Aí o bicho pega. Além das famosas distribuições de cestas ou compra de votos, a disputa por um emprego público se acirra. Aqueles que não são atendidos, quase sempre, acabam destilando seu veneno contra políticos. Isso geralmente acontece no pós-eleição.

Este é apenas um dos graves problemas que ainda afetam a qualidade do nosso processo eleitoral, com sérios reflexos no Estado Democrático de Direito. Pouco se pode esperar se, de alguma forma, não for erradicado ou minimizado. Isso só dar-se-á por meio de um exaustivo processo de conscientização, fiscalização e punição.

Aí entra em jogo a atuação da educação, dos meios de comunicação, órgãos fiscalizadores e punitivos. Deve ser uma prática de combate permanente, não apenas no período eleitoral. Deve ser uma prática cotidiana, até virar costume.

fala, professor Galdino
Rubens Galdino da Silva é jornalista (MTB/SP 32.616) e professor.

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