117 – COLUNA BANCÁRIA – Juros altos sabotam o crescimento econômico

Os protestos contra os juros altos, determinados pelo Banco Central, marcaram a agenda política no dia 14 de fevereiro. A taxa básica brasileira, a Selic, está em 13,75% – a mais alta do mundo.

As manifestações se concentraram em frente aos prédios do BC em várias capitais do país. Em cidades onde a instituição não possui sede, os atos ocorreram em locais de grande circulação.

Os atos, que também pediram a saída do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, foram organizados pelo Comando Nacional dos Bancários, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, a CUT, outras centrais e contou com adesão do Sindicato dos Bancários de Assis.

Segundo o presidente da entidade sindical, Fábio Escobar: “Os protestos são contra juros assim tão elevados, que sabotam o crescimento econômico e inibem o investimento na produção, que gera emprego e renda. Os efeitos são prolongados e podem gerar uma recessão que se estenda até os próximos anos”.

Escobar explicou que, nesse quadro, os recursos vão para a especulação no mercado financeiro. “Juros nesse patamar, com ganhos reais de 8%, descontada a inflação, incentivam a pessoa a viver de renda, porque fica mais interessante investir num título da dívida do que abrir ou expandir um pequeno negócio, por exemplo”, afirmou. “Essa é uma política que promove a concentração de renda”, completou.

Os juros altos têm outras consequências, com impactos negativos nos investimentos sociais. “A Selic tão elevada também encarece os custos do governo e o índice de todos os outros financiamentos, como o imobiliário, de reforma, de automóvel ou qualquer outra linha de crédito. Todos ficam muito caros”, finalizou o dirigente.

PROJETO – Conforme a avaliação de Escobar, a política de juros precisa ser alterada com urgência. “Precisamos de financiamento para a casa própria, a agricultura familiar e créditos que influenciam nosso dia a dia. Fazemos esse alerta para o Brasil, para exigir a mudança no BC, que ainda é presidido por um bolsonarista. Campos Neto fez campanha, foi votar de verde-amarelo, participava dos grupos de WhatsApp dos ministros do governo anterior e continua fazendo a política do Paulo Guedes. O tempo dele acabou, o povo elegeu um novo projeto, um projeto de crescimento, de desenvolvimento, de distribuição de renda e de cuidado com o povo brasileiro. Ele tem que pedir para sair”, concluiu o presidente do Sindicato dos Bancários de Assis.

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Fábio Escobar é presidente do Sindicato dos Bancários de Assis

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