MEMÓRIA MARIANA: Atacante Foguinho estreou no VOCEM marcando gol e quebrando tabu

Na coluna ‘Memória Mariana’ desta semana, o JSOLJornal da Segunda On Line– conta a história do atacante ‘Foguinho’, que veio das categorias de base do São Bento de Sorocaba para se profissionalizar e defender o VOCEM na temporada de 1985.

O jogo marcante para ele foi a vitória por 1 a0 diante do Tanabi, numa tarde de quarta-feira, quando mais de cinco mil pessoas lotaram o acanhado estádio Marcelino de Souza.

PASSADO – José Claudemir Stoppa, o Foguinho’, foi contratado pelo VOCEM quanto tinha 21 anos de idade. “Quando cheguei na cidade, vindo do São Bento de Sorocaba, dois diretores me ajudaram bastante: Luis Carlos Sampaio (Picha) e Pedro Bruzarrosco”, conta Foguinho. Ambos ex-diretores são falecidos.

Chegando do São Bento, ainda juvenil, Foguinho não ficou na mesma república (alojamento) dos demais jogadores. “Eu ficava na pensão da ‘dona Nega’, perto da praça, no centro da cidade”, se recorda.

Foguinho se lembra que, ao ser contratado, a diretoria da época adotou uma estratégia de montar um elenco tão forte como do ano anterior, quando o VOCEM chegou ao quadrangular final. “O discurso era: montar um time para subir”, explica.

De fato, para Foguinho, o ‘Esquadrão da Fé’, montado pelo técnico Abílio Martins, o ‘Muca’, substituído ao longo da temporada pelo ex-árbitro Sílvio Acácio da Silveira, era um dos mais fortes da divisão.

Provocado a lembrar o time base de 35 anos atrás, ele não titubeia: “Time bom, a gente nunca esquece”, brinca. E emenda, sem pestanejar: “André Luiz; Betão, Dário, Nilson Andrade e Betinho; Luis Fernando ou Carlão, Toninho Lúcio, Itamar Mineiro e Robertinho ou Zé Davi;  Serginho, Foguinho e Bispo. Ainda tinha os ‘meninos’ da cidade: Biro Biro e Gazola”, enumera.

Time pronto e começa o campeonato.

Logo na primeira rodada, o VOCEM recebe, no estádio municipal Marcelino de Souza, a poderosa equipe da Votuporanguense, do famoso centroavante Roberto Biônico, atacante com passagem por grandes clubes do futebol brasileiro.

No entanto, quem brilhou foi o atacante estreante.

Foguinho começa o jogo no banco.

No segundo tempo, por opção do técnico ‘Muca’, Foguinho é chamado para deixar o banco e estrear como profissional. “Entrei e marquei o gol da vitória contra a Votuporanguense, time que, até então, o VOCEM jamais havia conseguido vencer. Quebrei um tabu e entrei para a história”, se orgulha.

Sobre a partida que marcou sua passagem em Assis, Foguinho fala da vitória contra o Tanabi, na reta final do campeonato. “Esse jogo marcou a carreira de vários jogadores”, diz.

“Me lembro que era quarta-feira. Mesmo não sendo feriado, o ‘Marcelino de Souza’ (estádio) estava lotado. Não cabia ninguém. Foi o jogo em que os jogadores do Tanabi acusaram o Bispo (atacante) de ter atirado areia nos olhos do goleiro Durval, numa cobrança de escanteio, que resultou no gol da vitória. Eu não vi isso acontecer. Acho que foi história deles para justificar a derrota”, garante.

Outro fato marcante na carreira de Foguinho, em sua passagem com a camisa mariana, foi o amistoso contra o time do saudoso cantor sertanejo José Rico, que formava dupla com Milionário: “Esse amistoso contra o time do José Rico foi um dos melhores presentes que o VOCEM me deu. Fiz amizade com o Zé Rico. Depois, ele apresentou aqui no União Barbarense”, agradece.

DEPOIS – Após defender o VOCEM, Foguinho começou a rodar o país no futebol.

No ano seguinte, se transferiu para o DERAC, de Itapetininga, onde diz ter feito “um ótimo campeonato”.

Depois, teve uma rápida passagem pelo XV de Piracicaba.

Em 1987, defendeu o Clube Atlético Lençoense.

Foi para o Grêmio Maringá, onde disputou o Campeonato Paranaense da primeira divisão.

Voltou para o futebol paulista em 1988 para defender o Garça.

Depois, foi contratado pelo CRB de de Alagoas.

Passou pelo União de Mogi e acabou se transferindo para o Marcílio Dias, em Santa Catarina.

Disputou a temporada 1990 pela Jataiense e São Bernardo do Campo, onde sofreu uma lesão, que o afastou dos gramados por seis meses. “Tentei voltar, jogando pelo União Agrícola Barbarense, mas percebi que não era a mesma coisa e chegou o momento de parar com o futebol”, conta.

Parou com a bola e começou a trabalhar com vendas, numa fábrica de cintos, e continua, até hoje, como vendedor.

Em Santa Bárbara do Oeste, Foguinho se casou e teve quatro filhos: Bia, de 29 anos, May (23), Enzo (12) e Enrico (09).

Mesmo passados 35 anos, Foguinho garante: jogar em Assis e o nome do VOCEM jamais sairão da minha memória.

foguinho antes

Foguinho jogou n VOCEM, quando tinha 21 anos

foguinho depois

José Claudemir Stoppa, o ‘Foguinho’ atualmente é vendedor

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